quinta-feira, 21 de abril de 2011

Felicidade Sem Tempo

Estar triste é ruim mas ao menos se tem alguma referência.
A dor é sólida, a gente carrega na bolsa
A dor corta, a dor existe, é quente e esfria
A dor dá uma dor danada.
Tem uma cara a dor que desfigura a vida da gente.
Eu a conheço, eu sou forte, apanho e enfrento.


Mas ser feliz,
Ah, ser feliz me deixa perplexa, quase me enfraquece
Onde ir, o que fazer, falar o que?
Quem sabe o que é? Quem sabe o que é este o quê?
Um labirinto sem resposta é a felicidade


Uma indecente liberdade de sentir
Recheada de ousadia, apreensão e medo
A liberdade de não saber, 
Cortar o cabelo, experimentar novidades, colher uma flor-da-lua
Sem saber o gosto e comer, e gostar do exótico que não se conhecia
A indecente liberdade de sentir


Porque ser feliz me deixa perplexa, esquisita
Mais bonita, destemida, o bom humor afiado
Sem amanhã e sem hoje também
A vida dos pensamentos existindo
Porque ser feliz é não ter pensamento nenhum
E todos ao mesmo tempo


Só comigo que isso acontece? Sei lá.
É a resposta que quero dar e continuar vivendo.
Não saber para ser feliz, rusticamente
Naif é a felicidade que eu tenho para sentir e para dar
E agora?
Agora eu sei e nunca mais me desculpo


Então, deixa estar. 

Um comentário:

Carol Aquini disse...

Flor-da-lua ou dama da noite?
- Pitaya!

Felicidade é uma semente!