quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Navalha, a Pele, a Cor

Eu não conhecia.
Experimentei a navalha, senti a pele, amei a cor.
O desenho que se formou, o sangue gotejado, nao me espantou. Tinha amor.
Abria a pele em finos flancos delicados e me deixava perceber
A doce cor da pele que na dor não há pecado
Se o corte da navalha é feito a fundo, bem fundo e tanto
Que na boca da noite o sangue anestesia
E nao quer parar, nao sabe parar
De sentir dor
Eu não conhecia.
Senti a navalha, experimentei a pele, adorei a cor
Corta a pele fina, nao me entristeço, me retratou. Tinha amor.
Experimentei a pele, quis o gosto ocre terroso, amei a cor
A navalha firme fundo
A lâmina na pele fria não assustou
Fez o desenho que o sangue gotejado pelo chão formou
Sem dor alguma
Só amor

Nenhum comentário: