sábado, 5 de novembro de 2011

Para Colorir

ah, joguei o jogo sem ver as cartas
ah, nao tenho mais tempo, o tempo é minha morada
eu durmo com ele e não me assusta
o tanto que é o tempo, o minimo ou o muito
eu quero a unidade
vai e volta, vai e volta, balança com o vento
porque quero a vida, eu quero o movimento

estou pronta, estou na realidade
sou eu, sou outra, sou várias, e a mesma se quiser que eu seja, serei
sou estranha, sou mudança, a inexplicavel variação
sou doida, sou casta, criança
eu sou o agora, a fantasia, um sonho intenso de verdade
perfume, vicios, determinação,
sou o constante e o belo desconhecido,
o tempo parado correndo é meu professor
e me gasta lentamente os sentidos,  
presto atenção e aprendo, com insistencia
a ser quem não sou sendo eu novamente
porque eu quero seu gosto bom e impreciso a se repetir

ah, eu sou e não sou tambem
o que quero, o que posso, o que não aguento
sou completa, destoante sou aquele
instante a mais do que você desejar, serei 
homem, mulher, bicho, coisas, pedra e joías
o exagero que não sabia ser, eu fui
atrás do Eldorado escondido em mim
porque eu quero ser Cobra Norato e te buscar
naquelas terras do Sem-fim

eu sou vaidades ainda não descobertas
um brinco encontrado outrora perdido
um corte ardente e profundo sem medo de sangrar
insônias, beijos demorados e muitos silêncios
sou um quadro branco para você desenhar
sou seu enfeite
colar, pulseiras, anéis
os brilhantes e a prata, 
e sou também contas baratas
porque eu quero o colorido
eu quero jogar sem ver as cartas
pouco me importa, eu adivinho

porque estou vivendo por dentro da vida
a vida que invento
e ela respira aqui dentro, estou vivendo
a vida que me inventou

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