quando não há mais nada a fazer
do amor que não se revela
é certo apenas esquecer, e seguir
e de modo algum dizer aquilo que se gostaria,
pois o que são as palavras diante do dissabor?
quando não há mais nada a fazer
do amor que fazia promessas
é certo a despedida,
pegar a bolsa
a realidade, e sair
para curar o que restou:
a boca seca, o corpo dolorido,o olho molhado
quando não há mais nada a fazer
do amor mal resolvido
a atitude melhor é não ter atitude alguma
deixar que vida pela vida siga
por dentro de nós
como a vela e o vento
livre, indômita, natural
quando não há mais nada a fazer
do amor que poderia ter sido e não foi,
não foi,
muito além de um furtivo encontro,
é certo ter a crença de que amei o bastante
o intenso
o profundo
o louco e puro
amor revolucionário
como quem adora e necessita
estar na vida sem temor e sem mentiras
quando não há mais nada a fazer do amor
que amor imenso não sentia, e quando o desejo
é a faca amolada cortando a pele fina
eu me permito somente dizer
que este amor que não é amor
me deixou um pouco mais fria
quando não há mais nada a fazer
maior para a vida é a verdade
mais honroso é o silêncio
Um comentário:
Odeio o amor, mas vivo por ele. Todo dia! Só por isso vivo...
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