domingo, 22 de maio de 2011

Ipanema, meu amor!

Devo dizer eu te acho bonita
na medida, sem tirar nem por
a passear, passear 
misturando a cor dos olhos
no nublado
de um frio azul de sábado
misturando o seu jeito calado
com o burburinho da rua, dos bazares 

Devo dizer eu te acho bonita
quando pego nas suas maos frias,
nas suas cicatrizes,
e quando sinto o silêncio que disfarça sua dores
eu gostaria muito de dizer
te acho linda
tomando caipirinha feito turista
no entardecer do posto nove
bem perto da areia quando as ilhas estao negras
contra o azul do ceu escuro
falando monossílabos a sorrir intenções indefinidas
a sorrir nem sei de quê, do garçom desatento,
de um menino moleque negociando o chiclete
ou comendo amendoim torrado de duvidosa procedencia

Devo dizer te acho bonita
na rotina de um sabado tranquilo
sem preocupações aparentes
quando o tempo não existe e passa lento
e rapido para contar somente sensações 
a nos dizer que o mundo cabe dentro da vida
da vida que ainda não se viveu
da vida que está acontecendo
sem perguntas nem respostas
na esquina da rua maria quiteria com a tal vieira souto

Devo dizer que te acho bonita
cheia de doçura e problemas
te acho muito, muito mais linda
reinando em Ipanema, meu amor,

atravessando a rua e indo embora no taxi
já não sei se sou eu, 
a segunda caipirinha de vodka
smirnoff, o limão muito verde e ácido
mas ouço uma musica boa
e atravesso o leblon de olhos fechados

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