O dia lindo, o dia azul, a beleza para apreciar.
Mas era uma quinta-feira clara e toda gente estava morta.
Toda gente não estava mais onde deveria ou eu estava cega, para o dia lindo, para todo o azul brilhante. Para apreciar. Eu estava cega para apreciar o belo. O pulsar das coisas, a vida.
O amor era o que não havia na quinta-feira vazia.
Não há tristeza, nem melancolia.
Nenhuma fantasia na quinta-feira pontiaguda.
Sem o drama existencial meu, dos outros. Sentimental eu sou, como se é na música, Altemar, Camelo e eu, do meu jeito sou demais. Sou das minúcias e das mínimas porções. Dos diversos sabores para um só sentimento. Sou de um gostar calado, e constante, que uma vida inteira é tão pouco para uma mesma emoção. Eu quis da vida a urgência, preciso também da calma, da contemplação. Na quinta-feira linda.
Sofri, porque não quero esquecer como se é feliz.
No entanto, existe um mal.
Uma beleza fúnebre, acima do que se amou e além do sentir que de fato foi amado.
Resta uma realidade morta. É quando a gente sabe que já não se importa.
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