A transição e as rupturas da vida me fazem pensar. E ando pensando muito. Pensar é difícil porque pode me levar a agir, e agir me traz medo, porque o medo é a porta escancarada para o trágico.
Então penso. A vida é trágica. Mas para ser ser feliz preciso deixar que a vida viva em mim, preciso deixar que a vida se alimente do que é profundamente meu. Preciso deixar que ela abra o seu caminho com a minha vontade e devore este medo. Eu vou deixar que a vida me percorra, eu quero que a vida me ocupe totalmente. Eu necessito da tragédia.
Então vem o medo, o vazio, a falsa proteção. Eu sinto o cheiro da morte.
Parece que estou segura mas eu estou morta.
A vida não pode ser feita do medo, a vida é a coragem da tragédia.
A tragédia pode ser feia mas é linda. Ela é a substância das minhas verdades.
A tragédia é a ruptura mas é também a cura. Ela é a massa afetiva que queima e se move pela incandescência.
Um dia alguém me disse: - você tem vulcões dentro de você.
A tragédia é inocente.
Cheia de fúria e afeto, alegria e crença.
Crença de que ser feliz sempre será um pouco trágico. Descobertas, rupturas, vontades.
E pela tragédia de não se saber o que vem depois da felicidade.
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