domingo, 26 de agosto de 2007

O Amor Incomum

O Amor Incomum


"Pudesse eu ser natural e simples, sem grandes pensamentos, sem pensamento nehum, para deixar a vida fluir como um rio que sabe ser continuo.
Pudesse eu ser como certas criaturas onde o pensamento não se demora, não se aloja, somente vive pela sorte de cinco míseros segundos, e rapidamente se derrama sobre a a realidade.

Os meus pensamentos existem quando escrevo. Por isso escrevo. Para curar a ressaca desta timidez cármica. Escrevo para entender a vida pela sedução da palavra. Subitamente quero escrever uma carta de amor. Uma carta de amor, eu te daria - de amor nenhum - mas do amor incomum feito de intenções onde eu não te diria coisas, estas coisas que todo mundo diz, mas te faria sentir a vida que está do outro lado da vida. Uma carta do amor incomum onde não te descreveria nos detalhes, corpo, cabelos, olhos, eu te daria um gosto, uma palavra nascida no céu da boca, um gosto acre-doce, misturado, a leveza ardente do tabasco. Quem me dera ter o talento de escrever uma frase que traduzisse não só a ti, mas a tua linda complexidade, não só a tua beleza, mas a tua força.

Pudesse eu te traduzir em frases, elas seriam simples, repletas de balanço, múltiplos significados e te trariam a certeza de que é para você que escrevo pois as palavras têm a mágica de se revelar. De me revelar. Porque entre as palavras estou mais presente, firme e diferente daqueles momentos em que só me ocorre o silêncio. Elas te explicariam aquilo que não sei, que me falta coragem de ser feliz na vida.

Uma carta de amor incomum eu faço agora no instante que me lês e nela coloco o mistério meu e teu coberto por palavras que ainda não soubemos decifrar. E neste momento, saiba que se trata de você, somente você, este mar de águas profundas, onde quero mergulhar."

3 comentários:

cris braga disse...

Oh! Cris, maravilha!!!bjs

Anônimo disse...

Nossa,Cris!
Emocionante...daqueles que a cada palavra vai dando pra ouvir o coração mais alto.
Lindo,linda.
Bjs

Unknown disse...

Adorei Cris! Valeu mesmo...