terça-feira, 14 de agosto de 2007

A Saga do Chiclete

A saga do chiclete

Recebi este relato na qualidade de conselheira da S.O.S. Logo percebi se tratar de um caso curioso. Para quem está chegando agora, visando um melhor entendimento, aconselho a leitura do arquivo anterior, deste blog.

Uma das diretrizes da S.O.S é a crença nas forças da natureza e na existência de outros universos sendo importante ressaltar que mantemos especial admiração pelo planeta Vênus. Sabe-se, comprovadamente, que os venusianos caracterizam-se pelo sentimento, são gentis, amorosos, não se definem como masculino e feminino, se transmutam de acordo com a emoção e praticam com excelência a abdução. Considerando que somos os irmãos primitivos, a abdução pouco explorada por aqui, e corriqueira por lá, faz de nós objeto de estudo genealógico. Os habitantes deste astro brilhante têm o único objetivo de nos enriquecer, passar adiante conhecimento nas artes, na filosofia, no pensamento, e no bem viver. Entre nós muitos homens, como Galileu, foram inspirados por Vênus, e beneficiados pela abdução, o que torna bastante claro também o exemplo de Aristóteles, para quem o mundo se ampliou e, com lampejos de genialidade, criou toda sua lógica, silogismo, o pensamento calcado na sensação inefável de um pós-abduzido.

Isto posto, é fácil concluir que os vizinhos, irmãos interplanetários, não nos querem mal. A abdução é um ato transformador e saudável: o que está errado acerta, o quebrado conserta, expande as idéias e nos envolve em um aroma peculiar – encantador - posso dizer...não, não posso dizer, só quem viveu sabe. A questão é que, na maioria das vezes, não estamos preparados para a experiência da liberdade, isto sim nos dói até o último fio de cabelo. Temos um sentimento extremamente humano, o medo do novo, o que significa revelar por fim e a tempo: as emoções nos assustam.

Mas como toda essa história cabe em um chiclete? Vou explicar. Tudo está interligado, S.O. S, Vênus, a abdução, o ovo, etc, etc...estamos todos dentro de um contexto. Deste modo devo esclarecer que um dom ovíparo é a empatia, ou seja, ao ouvir o relato presenciei o momento e vivi todas as sutilezas deste acontecimento porque, acima de tudo, a sutileza é uma qualidade ovípara!!!

A missão do viajante das galáxias, recém chegado por estas terras, era conhecer os homens, no entanto, a abdução não se daria por mera futilidade, não, só se realizaria como ferramenta para desvendar mistérios.
Pois bem, acontece que a abdução não chegou a termo por culpa de um chiclete, o que a princípio não seria problema para aqueles que são os mestres dos mestres em fluir no movimento. Por outro lado, nosso amigo de Vênus, preparado para todo tipo de obstáculo, foi subitamente impedido pelo improvável. De tanto se sentir humano, de fato humano se tornou e naquele instante, na ante sala da abdução, havia um chiclete sendo distraidamente mascado. O que nosso herói não contava é com o humor, ao invés de abduzir começou a rir. Por quê? Eu não sei, ele não sabia. E, na verdade, isto pouco importava...

E àquela que me contou a história expliquei: para um venusiano o humor foi um sentimento poderoso, e como não bastasse havia também uma tal alegria, havia o riso, havia aquela Estrela da manhã, vista da terra, descortinando o dia...

E o chiclete, ela perguntou? Bem, querida, fica tranqüila, ele ainda tem a missão de resgatá-lo.

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