domingo, 16 de setembro de 2007

Atrevimento Poético

Atrevimento Poético

- Deixa, deixa, a voz me diz...

É a vontade de ser poeta, espécie de loucura inofensiva. E mesmo sabendo das dificuldades, não resisto. É mais forte do que eu! Peço perdão por tal ousadia mais poderosa que a razão. Como já afirmei antes, ser poeta não é para qualquer um, é a pura arte de construir uma estética na forma e na emoção.

É que a vontade de ser poeta me assola, me faz perder o critério. A poesia é vício que se mistura com a minha vontade de ser feliz escrevendo algo que preste. Então confesso, perco a frieza, não consigo retornar ao bom senso da auto crítica, me abandonou a razão sim, e se dela eu guardasse uma gota sequer, esta tentativa de tercetos e quartetos não teria me dominado.

Estou absolutamente vestida, coberta pelo puro linho de uma paixão, a paixão que nos faz cegos, e pior do que cegos, tolos - e muito pior do que tolos - crentes, e mil vezes pior, nos faz incrivelmente fortes sem nenhuma proteção. E por aí vai. Perdoem-me este atrevimento poético que me transforma em um herói. Eu trago meu corpo envolto nesta armadura de linho, tecido de palavras, palavras para tocar, sentir entre as mãos e, assim, assim, eu não escrevo, vou pousando palavras sobre você, próximo ao seu ouvido, no côncavo dos seus ombros,em seu umbigo, e por onde passas eu estendo tapetes.

Sou dependente.
Preciso do olhar enviesado, o ângulo oposto, ficar de cabeça para baixo, quase embriagado, preciso estar do avesso, mas porque a vida parece difícil - e querer a violenta emoção - no real e no presente - se torna perigoso, deixo passar. Ora, porque girar o botão da intensidade me é trabalhoso, e pode ser um erro difícil de tolerar, deixo passar.
Preciso de poesia.

Estou aqui, e sou esta confusão, o emaranhado sob a transparência da roupa, e porque me sinta divinamente protegido, alegre, ansioso, e livre, já não me importo em ser frágil, pois é o que tenho a oferecer, o meu mais obscuro desejo. O meu mais obscuro desejo.

Busco a poesia, repleta do óbvio e da surpresa.
Vou me cobrir com o linho e estarei protegida através da minha evidente nudez. Já não temo a incógnita, e me entristeço só um pouco, e se ás vezes tenho amargos na boca, não há o que fazer, é o labirinto.

Eu paro, me deito pelo caminho, existem paredes, estou sozinha, mas há para mim, ao meu alcance, este céu abarrotado de estrelas.
Então, vou comer uma estrela, e seguir aquela bússola doida que me convence a escrever mais um soneto.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fazer poesia não é para qq palhaço!hahahahahahahahaha (lembra?)

MARAVILHA,CRIS poetisa, poeta!!!!
beijoca

Anônimo disse...

Acho que fazer poesia é pra qualquer um, agora ser poeta são poucos!
Tô adorando seus textos!
Fuxicando todos os arquivos!
hehehe!
;**************
Beijos!