sexta-feira, 24 de junho de 2011

A Seco

Eu já ouvi falar que a gente mede a inteligencia de um homem pela capacidade de adaptação.

Sei lá, mas começo a achar que isso faz sentido. Não sei se a palavra é inteligencia mas existe em mim a necessidade de sobrevivência.  O desespero por conseguir sobreviver ao que nos fez tristes e ao que nos faz alegres.  Ao que nos fez chorar, ao que nos machuca. Sobreviver ao movimento cortante, ao que retalha, à dor que se derrama pelo chão e ao próprio remendo que depois fica na gente.

E é preciso saber sobreviver a tudo aquilo que faz a nossa vida ficar de repente a maior aventura, o desespero de sobreviver à ideia de que a vida é tudo o que se esperou, a vida é toda nossa e somos herois de uma história incrivel. Sobreviver à felicidade pode ser trágico.

Então, ter que se adaptar é o maior dos desafios. Ter que se adaptar não ao mundo nem aos outros e sim a nós. Ter que se adaptar ao estranho, ao doido, ao rebelde, ao apaixonado, ao marginal. Ao fraco que existe em nós. Ao tristonho morador que habita e chora dentro de nós.

Outro dia eu queria muito chorar mas nem consegui tamanha era minha falta de adaptação. E como fosse o último dos seres merecedores de compaixão sofri a seco, e este castigo degrada a gente. É preciso poder chorar.

Mas eu não quis mais. 
Tratei logo de me adptar. A seco.

4 comentários:

yasmin gomlevsky disse...

afinal, quem não chora, não mama!

David Pinheiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
David Pinheiro disse...

sensacional amiga, depois de uma semana peculiar como essa, tá aí a explicação. te amo!

David Pinheiro disse...

enfim, ta entrando como o meu pai mas quem escreveu fui eu, Marina, vc sabe... tenho que me adaptar a esses computadores tb hahaha