quinta-feira, 14 de julho de 2011

Amor Calado

Vem, que eu te espero, quando acabar o dia a gente se encontra 
Eu quero te contar a minha vida, os acontecimentos, do trivial
Os pequenos problemas
Vamos comer um sanduiche, tomar vinho na mesa da cozinha, ouvir vozes no vizinho
E ser feliz na simplicidade das oito horas da noite
Depois você vai tocar uma música no piano
Só para me perguntar se eu gostei
E eu vou gostar sem dizer mais nada
E o nada que eu disser
Saiba que vale o disparo de mil tambores
No diafragma e no peito, pelo corpo inteiro

A garrafa de vinho já pela metade vai estar
Deixada em um canto da sala
E não se incomoda por ser esquecida
O piano continua a tocar sem o abafador
E novamente me perguntará se a musica é boa
- Você é, respondo
Queria te falar tantas coisas, não consigo
Vou seguir o encanto, acreditar na mágica
Vou amar o transe,
Quando me segura pela nuca o amor
Que me olha com olhos negros e me encara de soslaio
E me faz doer as costelas
Esta espécie de amor calado

Um comentário:

yasmin gomlevsky disse...

ai, que incrivel, me lembrou do neruda...