terça-feira, 30 de agosto de 2011

Palavras Minhas

Eu não me acho poeta, nem intelectual, nem escritora. No entanto sonho com o texto perfeito. Tenho cismas com a palavra que conte o meu sentir absoluto. Eu tenho obsessão pela frase simples e cheia de cadência, tenho um som, eu crio o ritmo para o texto perfeito.
Hoje, trinta de agosto, acordei desejando as tais palavras certas para meu sentimento nada modernista. Hoje acordei antiquada, levantei melancólica, vazia, e com saudade de você. Eu estou Frank Sinatra.
Subitamente passou. Porque resolvi sentar e escrever. Cuidar da minha casa, dos meus meninos, sentar e escrever. Neste momento estou com uma alegria frivola, somente porque procuro as palavras certas.

Ontem fui dormir decididida a te escrever a palavra viva, te presentear com a palavra inpensada, quero mesmo te encantar. Mas não sei se consigo fazer direito, fazer bonito. Não sei se vai ser perfeito mas é o que eu tenho, básica e exposta, sou eu no emaranhado de letras a te procurar nas paisagens, nas historias, na falta de senso e de harmonia. Eu estou misturada às frases, sou eu com saudade, ouvindo Fred Astaire cantar "They can't take that away from me".
Poderia fazer uma rima com teu nome para dizer o quanto eu te adoro, mas seria tão pouco, não seria como eu quero. E porque a simplicidade é luxuosa eu quero te enfeitar também com loucura. Excesso de você.

Quero te dar de presente palavras que sejam uma pintura, quero te dar um texto impressionista.  Estou escrevendo para você. Eu gosto. Adoro pensar que cada quadro pintado é feito especialmente para te tocar e que eu estou mais para Frida Kahlo, apesar das peônias no braço.
Quero te pintar com palavras estranhas, sujas de beleza, mágica, emoção subjetiva, quero te dar palavras, as mais intensas, violentas, com teu gosto,  e as frases violadas do teu corpo.  Vou criar, à imagem das tuas ânsias, palavras que ainda carregam impregnado, o teu perfume. Eu quero pintar palavras que te beijam e te abraçam. 
Saiba que eu te dou palavras para te dizer tudo o que não consigo. Que não sei me expressar na vida, no dia a dia, e talvez não saiba amar como deveria. Eu sou excessiva. 

Eu não sei se consigo, não sei se estou aqui, eu sei que sinto   a emergência me estourando as veias porque eu  vou escrever que quero você, que está longe e a saudade tão perto. Eu gosto do teu sorriso, do teu exêntrico ser, eu gosto do teu calor,  da tua poesia. Já nem sei mais o que pensar. Vou te deixar a simplicidade e a loucura - é o que tenho - palavras minhas.

Nenhum comentário: