Ela pintou os olhos, como se fosse o último dia
O negro dos olhos, caramelo da cor do deserto
Ela se preparou para conhecer o mundo e saiu,
Saiu para o dia solar, azul, amarelo, vermelho, coral
E suspirou o vento quente
Que não desmanchou o cabelo envolvido no icharb negro
A túnica, o algodão egípcio, o mistério
E quase um sorriso para inventar um destino
Que ela mesma trançou nas sandalias ao caminhar sem rumo
Enquanto os mascates, as outras mulheres, a vida, o tempo
Todos pararam para ver aqueles olhos pintados
De fumaça, sombra, cílios esparramados
O brilho escuro da berinjela
O prato de lentilhas fumegantes,
A folha da uva,
O sol estridente
E na boca o gosto do Anis
quando ela saiu para conhecer o mundo
O vento quente soprou
e não havia mais medo algum
Nos olhos úmidos que ela pintou
Negros, castanho caramelo da cor do deserto,
De fumaça, sombra, cílios esparramados
A se proteger somente com sua capa, seu icharb bordado
Quando tudo em volta era silêncio, silêncio dentro do quarto
3 comentários:
ah a folha da uva...
até que enfim consegui! nao uso mais o meu pseudomino hahahaaha
a folha da uva tem poderes!
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